• C'est moi!


    O que vivemos não é tudo o que poderiamos viver, de fato. Outras realidades certamente ficaram latentes pelo caminho e não se revelaram porque não escolhemos vive-las. Eu não acredito que somos a soma das nossas lembranças, porque não acredito na memória como critério para identidade pessoal, porém, não por isso deixo de acreditar que elas revelem nossa história de vida.

    Curioso é que a minha memória como é sabido não é confiável, pois com frequencia falha. Ai fiquei pensando: como faço para recuperar essas memórias e chegar a pessoa que sou hoje? A saber, louca!

    Tarefa dificil. Bom, muita coisa se perdeu pelo caminho e não consigo mais recuperar pontualmente onde decidi algo que deu uma direção x, enquanto outra opção teria me levado rumo a y,z, etc; lembro pouco da minha infancia. A adolescencia marcou mais, como deve ser comum, mas também não sei mais descreve-la. Engraçado isso...lembro de algumas amigas maravilhadas com as minhas aventuras, particularmente sentimentais, mas não me lembro mais delas. Lembro de algumas pessoas, alguns episódios, mas não das emoções e tudo mais que estava envolvido. E as vezes isso parece triste. Converso com a minha avó e me impressiona o quanto ela tem historia para contar. Qualquer assunto estimula seu pensamento e ela rebobina a fita com uma facilidade invejável; verdade que não penso no futuro, mas terei eu algo para contar? Até poderia ter, mas hei de lembrar? Parece que não.

    Mas também não to escrevendo por isso. Escrevo porque pensei em alguns caminhos que a vida tomou (por opção minha, bem entendido) que poderiam ter me levado a outras trajetórias. Não me arrependo, apenas penso e viajo.

    As vezes as decisões não dependem da gente. Pessoas de certo modo decidem algo e somos obrigados a acatar. Isso, principalmente passado um tempo, dói. Teria eu sido outra se meu primeiro amor, por exemplo, não tivesse partido? Nao sei. Mas acho que embora alguns aspectos fossem diferentes, eu não seria totalmente desconectada desta realidade atual. Naquela época eu já observava o mundo e sabia que alguns comportamentos não me agradavam e jamais gostaria de repetí-los. Ha males que vem para o bem. Mas não 100%. Por outro lado, se eu não tivesse dito um não, hoje certamente um aspecto comportamental da minha realidade teria sido diferente.

    Igualmente, em outros momentos pontuais. Uma das coisas que aprendi nesta trajetória é seguir meus principios. E infelizmente (ou não) sou têtue (cabeça dura / teimosa). Sem acreditar, não vai. É dificil isso. Busco razão em tudo, sempre. Sem pq não consigo sair do lugar; mas também tem um lado bom ai, sempre to conectada com o meu elo...tenho um fio condutor.

    Apesar disso, nem sempre acreditamos no melhor. Às vezes não fazemos boas escolhas. Não são escolhas erradas, discutir valor não é o propósito, mas são escolhas impensadas. Isto no sentido que se ponderassemos um pouco  mais, tudo poderia ser diferente. E esse é o ponto.

    Onde está o ponto principal que desconectou de um caminho e trouxe a outro? Que história alternativa eu poderia ter tido? Como eu seria hoje com outras escolhas?

    Em alguns aspectos, melhor. Em outros, não mudo o que sou por nada. Mas também não consigo me libertar dessas lembranças, soltar a imaginação e fantasiar uma hisória alternativa, que eu poderia ter vivido e supor como seria meu hoje com isso.

    Puts, fui circular. Sai de um ponto e voltei a ele.

    Que raiva, qual será a razão para esse bloqueio imaginativo? Não sei se e
    stá simplesmente numa descrença sobre a memória, na falta dela ou na relevancia da questão. Eu queria me imaginar diferente, mas não consigo.

    Sorry, resta-me o que sou, de fato, em essencia. Louca ou não, com história ou não, sou eu!

    Talvez a essencia seja o que mais importa. A marca ta nela, embora nem
    sempre seja bem compreendida.



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