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Jeitinho brasileiro de dizer não..
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Por aqui, au Brèsil, parece que há um jeitinho brasileiro em dizer não. Parece que não gostamos de ser enfáticos e por isso diz-se talvez ou quem sabe, mas raramente não. E isso é curioso, pois em outros lugares é bem comum ouvir-se sim ou não e não haver nenhum problema nisso. Mas aqui, o não é assustador. Às vezes, a palavra não pode ser um instrumento ríspido demais, que provoca vergonha, ou ainda, pode ser um grito de guerra e isso incitar a outra parte a reagir.
Eu não sei a razão para essa impressão, mas assumir um não é temeroso. "Não, não posso", "Não, não quero" ou quaisquer outras frases com um não decisivo parecem frases difíceis de se pronunciar. Já o sim sai das nossas bocas com uma certa tranquilidade, mas o não....o não dói. Por isso, quando alguém muito próximo de nós nos pede algo que não queremos fazer, parece tortura negar. Bate uma preocupação em magoar ou pior, a preocupação é sobre o que esta pessoa vai achar da gente, etc. A paranóia é tamanha que pensa-se em tudo, menos em dizer não! Ai pra diminuir a culpa e responsabilidade pelo uso do não, usamos o talvez, quem sabe, pode ser....
Por outro lado, o não pode ser libertador! Por que não parar de fazer média e se livrar de algo que não nos agrada fazer? Azar de quem recebe e não é capaz de entender que simplesmente não queremos. Por que não pode ser simples assim? Por que não podemos simplesmente não querer? Não entendo.
Talvez seja o nosso jeitinho brasileiro de driblar as responsabilidades de ser 8/80. É preferivel manter a outra parte presa a nós e assim, nós não nos comprometemos, pois usando o talvez deixamos a outra parte na expectativa de que possa ou não acontecer. Não negamos, mas nem por isso faremos ou se fizermos, não será com uma vontade sincera e assim segue a vida....
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