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    Esse livro é maravilhoso! É um dos melhores que ja li, se não o melhor!

    A história é simples: um bebado num boteco te elege para ser ouvinte de suas reflexões...e? E vc é o ser que empresta o ouvido para ele...chato? Sim, não fosse o quão fascinante ouvi-lo é! Ele é o proprio egoista...não te pergunta se ta gostando, se concorda ou não. Ele só quer ser ouvido. E isso parece uma chatisse até que se entende o que o levou a tais reflexões.

    Neste momento o livro tem sentido. E mais, passamos a estar na sua pele. Deixa de ser uma questão de ouvir e concordar ou não e passa a ser de sentir o que o narrador sente. E a partir dai, suas reflexões sobre amor, amizade, inveja, etc, são nossas. Não da pra passar imune, sem refletir um pouco se quer sobre o que ele diz. O livro é pequeno. A leitura rápida, mas as reflexões sem tamanho.

    E entre as tantas observações  que ele faz e que renderiam boas reflexões, uma em particular me tocou e não por acaso, é o ponto central do livro.

    Sim, estou falando sobre a queda, quando Jean-Baptiste Clamence (o bebado), ouve um grito as margens do Sena. Ele trava, não reage e ainda foge. O grito é de uma mulher que estava prestes a se suicidar. Esse fato o marca e se torna o sentido do livro, ou seja, das suas reflexões. Também, me colocou a pensar.

    Se ele a tivesse salvado, se tornaria seu anjo da guarda. E a partir dai, refleti sobre o meu anjo. Costumo chama-lo de a mulher da ponte. Faz sentido, visto que nossa parceria angelical permite que ele me veja como anjo também. Mas na verdade, eu sou a mulher da ponte. E ao contrario de Clemence, ele agiu. Me tirou da ponte e me fez ver que do outro lado do rio há muito mais do que a minha  pequena profundeza sentimental era capaz de ver. Thank's!

     

     

     


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  • Com esse titulo, eu bem que poderia falar de um vinil ou ainda, a propósito do vinil, me valer de uma idéia do filme Durval Discos e falar sobre o lado A e B da vida. Por hora não, mas quem sabe no decorrer...

    Agora não quero falar sobre A e B,  mas sim sobre direito e esquerdo.

    Olha a figura que segue abaixo e responda o que vê:

    a) a bailarina gira no sentido horário;

    b) a bailarina gira no sentido anti-horário;

    Essa imagem circulou pela net um tempo atrás e me parece ser bem capciosa...

    Então, o que viu? Se responder que a bailarina girou no sentido anti-horário, tá comprando briga comigo. Não consigo acreditar que alguém a veja assim. Se vê, porque eu não? Ah, só pode ser intriga da oposição! rs

    Mas falando sério, ok. Poderia reconhecer que ninguém é obrigado a ter a mesma visão que eu, inclusive, filosoficamente falando, aceito isto como verdadeiro ao aceitar que cada um ocupa um lugar no tempo e no espaço e portanto, não vemos à partir de um mesmo ponto de vista.

    Só que, em relação a bailarina, vai dizer que não é curioso? Inicialmente da pra acreditar que a questão é de ponto de vista.

    E ai, vem a explicação técnica (científica) afirmando  que quem vê no sentido horário usa um lado do cerebro ( direito ) e quem vê o sentido anti-horário o outro ( esquerdo ). Quem vê por este lado, tende a ser uma pessoa mais lógica, linear e analítica e quem vê pelo lado direito tem um raciocinio não linear, subjetivo, emocional...

    Seria intrigante, não?

    Seria...e eu me poria a pensar se por ter visto inicialmente pelo sentido horário, me enquadraria nesse perfil. Não é porque coloquei um assunto e inicialmente comecei a tratar de outro que me enquadro, certo? Ah uma lógica nessa aparente mudança. Não me acho analitica, mas sim linear...resumo: estou nos dois contextos. Mas e o teste com base na figura?

    Ai vem o lado sacana dela. Repara pelo pé...a própria imagem inverte o sentido...mas por ser uma figura preto e branca e o movimento ser rápido, não notamos (pelo menos eu) inicialmente.

    Mas agora, saindo da neurociencia, onde de fato sabemos que no cerebro existem dois lados e voltando para a idéia do filme com A e B, vamos pensar na  vida.

    Como em um vinil, temos um lado A e um lado B, de acordo? A gente tem um lado melhor, mais precioso, que vem primeiro, que é comercialmente mais viável, que chama atenção, etc...e outro obscuro, onde de prontidão não da pra saber no que consiste. Neste, às vezes há pontos temerosos, que não gostamos (ou recomendamos) que venham à tona e também, por vezes, novidades surpreendentes! Quem ja ouviu um vinil sabe (desde de que a minha memória não me engane) que o lado A é o melhor, mas no B pode conter boas surpresas...embora numa visão mais comercial, nem sempre seja visto assim. E assim é a vida, assim somos nós. Só quem explora, quem se permite conhecer o outro lado pode descobrir coisas interessantes, apesar de correr o risco de não gostar do que venha a encontrar.

     

     

    http://www.cerebromente.org.br/n15/mente/lateralidade.html


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    Coração ou coração? Hã? ehhehehhe

    Pois é. Nesse caminho rumo talvez ao nada que estou trabalhando, deparo-me com esse dilema.

    Convenhamos, que ambos são bunitinhos, mas óbvio, o meu é bem mais....

    E considerando isso, nitidamente dou enfase ao que chamo de cardiologicamente adequado. Talvez também, a ênfase seja mera influência do momento. Dias atrás fiz uma ecocardiografia, que pela primeira vez me mostrou o que eu tenho no lado esquerdo do peito. Emocionante! Afinal, uma coisa é saber que algo está lá e outra bem diferente é ver. Principalmente não sendo uma imagem estática. A graça está no movimento, no ver o que se sente.

    Essa idéia, aliás, é o cerne da questão. E toda vez que me dou conta de estar em uma crise arritmica, no que penso? Do que me lembro? Do coração pulsando...

    E como se sabe, por razões óbvias é o órgão vital do organismo. E talvez por isso, ele se sente poderoso o bastante para ser independente. Tá, sei que ele tem conexões com o cérebro e reage, mas não é intrigante a ousadia de agir sem comando?

    Blaise Pascal, em seus Pensamentos escreveu que o coração tem razões que a própria razão desconhece. E não é que faz sentido?

    Quantas vezes ele muda de frequencia sem uma razão específica? Várias...

    E até então, o assunto era o coração cardiológicamente adequado. O que se pode pensar do coração sentimental? Tal qual sua versão "correta", ele também se acha o tal!

    Pior, onde está o meu eu que não o coloca no seu devido lugar? Por que ele insiste em me contrariar? Po, eu queria gostar de X, mas ele insiste que eu goste de Y. Num ato de camaradagem, seria bem legal se interessar por X né coeur? Mas não, tem que ser do contra! rs...ou faz pra me sacanear...hummm, sera?

    E ai que tá, nessas razões que a minha razão desconhece, deve haver um porque.

    A questão é onde. Como alcança-lo. Ah, deve ter um meio de acesso...se pela fé atingimos o que não vemos, o que não nos é palpável, talvez seja por ai que os vestigios dessa razão que a razão desconhece venham à tona.

    Mas se o coração estilizado não é encontrado internamente, onde ele está? Ok, digo que ele não existe com base em uma fotografia, em um exame que não durou mais do que 5 min. Hummm, talvez seja uma questão de tempo!!!! Observando por mais tempo, pode ser que ele apareça.

    Boa idéia! 24h parece um tempo adequado...1 dia, 1 ciclo. Observa-se e o que se vê?

    Nenhuma novidade. A mesma repetição...o mesmo tic tac...como em um relógio, no mesmo ritmo...mas por alguns momentos com mais velocidade ou mais força. Mas sempre o mesmo movimento.

    Ihhh, conclusão: "a olho nu", nenhum avanço!

    Pior, ousaria dizer que este coração não existe!


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    Então, ai depois do post anterior fiquei pensando na sinceridade. Ousado da minha parte me descobrir, querer conhecer a minha história, ir além de uma busca por respostas. É sincero? Da minha parte sim. Mas o que vejo é real?

    Ai tá a questão. No que devo confiar? Na minha visão? Po, sou miope...isso descredita um pouco. Na minha memória? Desde quando ela é confiável? No meu raciocinio/pensamento? Ok, mas será que ele é lógico o bastante ou influenciavel?

    Uma outra opção é perguntar...heim, vc ai, me diz uma coisa: o que vê? Ok. Mas será que a resposta visará me agradar ou será super sincera?

    Curioso isso: grande parte das vezes vejo  pessoas falando ao meu respeito apenas sob aspectos que me agradam. E sei que não sou tudo aquilo...outras, me dizem coisas que me levam à pensar...seriam estas verdadeiras? Talvez sim, mas nem tudo o que dizem me faz pensar...nem tudo o que pensam deve necessariamente corresponder a realidade...não posso com isso crer que por vezes mintam. Se não mentem e não me fixo naquilo, se não penso, deixo escapar momentos de verdade (ou não) ao meu respeito que jamais recuperarei e, portanto, sempre haverá um buraco nessa busca.

    Mas será que deixo mesmo escapar ou automaticamente meu ouvido/olho/cerebro seleciona o que deve ser guardado e o que deve ser descartado? Se o faz, qual o critério?

    Estrada complicada essa do auto-conhecimento...


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    Denifitivamente, não adianta: mais tempo, menos tempo e cá estou eu novamente com a mesma e velha questão de sempre. A saber, a identidade. A minha identidade.

    E me deparo com dois lados, como direito e esquerdo, A e B, etc.

    Então, como para descobrir-se o que tem dentro é necessário abrir e olhar, voilà!

    A primeira parte dessa trajetória rumo ao que de fato sou, pega carona em um exame.

    E antes de tudo, embora o nome não apareça, eu tenho um coração! Dizem, muitos que julgam me conhecer que eu penso demais, racionalizo demais, blábláblá. Ok, mas no lado esquerdo do peito, por mais dura na queda que eu seja, não tem pedra. Tem um coração....tá, não é aquele romanceado...é o cardiologicamente falando, adequado.

    A propósito, meu cardiologista costuma dizer que tenho um bom coração...no próximo encontro com ele vou gravar isso e ai, ai de quem falar o contrário...provo por a+b! hahaha

    Bom, mas a busca um tanto metafísica por essa identidade, agora, de peito aberto pode ser trilhada.

    Qui suis-je?  Alguém que pensa ou alguém que sente? Ambos? Nenhum dos dois?

    Curioso isso. Assim como no cérebro, que tem o lado direito e o esquerdo com funções diferentes, temos a razão e a emoção. Por razão pensa-se na cabeça e emoção (agora com um ar romanceado), no coração.

    E esse é justamente o que tem ocupado meu pensamento...como em uma dialética com tese e antitese, me deparo com razão e emoção, cabeça e coração. Qual a síntese? Espero ser de fato ou o mais perto que posso chegar do Eu. Do meu moi-même, do self ou simplesmente, de quem realmente sou.

    Quem sabe isso não abra portas...ou feche janelas! Não sei, mas o exercício me interessa...


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